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IBAITI 75 ANOS: A Emancipação do Município - Segunda Parte

Trecho retirado do livro IBAITI – UMA HISTÓRIA DE GILSON SARRAFHO

Redação
Por: Redação Fonte: Livro IBAITI – UMA HISTÓRIA (Clube de Autores)
18/10/2022 às 14h18 Atualizada em 18/10/2022 às 14h37
IBAITI 75 ANOS: A Emancipação do Município - Segunda Parte
Vista da Rua Rui Barbosa (fachada do atual Museu ao fundo) - Década de 1940 (emancipação) - Foto: Acervo do Museu da História de Ibaiti Mário Yamanouye

CONTINUAÇÃO DA PRIMEIRA PARTE....

Quando o sonho da separação brotou na mente dos barra-bonitenses, o Brasil vivia o grande processo de emancipação municipal. Esse processo se intensificou no país nas décadas de 1950 e 1960.

Barra Bonita era um grande produtor de riquezas para a sede do município, Tomazina. Em suas terras se produziam café, o arroz, o milho e o algodão. As serrarias exportavam em grande escala madeiras beneficiadas para o mercado paulista. Seis jazidas de carvão mineral produziam cerca de cinco mil toneladas mensais que eram enviadas para fora. Porém, dos impostos arrecadados em Barra Bonita, menos de 30% retornavam em melhorias para o distrito.

Esses poucos recursos não representavam sequer o mínimo suficiente para atender as demandas do distrito. Saneamento, educação, saúde e segurança pública eram exigências urgentes que a vila necessitava.

O comércio já era o mais forte da região. Os empórios, vendas, armazéns e toda gama de casas comerciais abasteciam os povoados de Euzébio de Oliveira, Lisímaco Costa e as minas de carvão de todo o vale do Rio do Peixe. A região era rica, porém de pouca infraestrutura viária. Não existia sequer uma estrada de rodagem ligando o povoado à região. A única via que ligava o distrito à sede de município, Tomazina, era precária e com uma ponte quase ruindo sobre o rio Pinhalão.

Somente com a emancipação, Barra Bonita teria autonomia financeira e administrativa e consequentemente o progresso. Com essas necessidades cada vez mais presente no anseio do povo, nasceu a idéia da emancipação. No começo a inciativa ainda era temerária, porém as esperanças e os ânimos eram fortes. Nas esquinas, nos bares, nas reuniões de família o assunto era um só, o Município. A vontade foi contagiando todos.

Na década de 1940, Barra Bonita já era destaque na região como um lugar de economia forte e próspera. O distrito gerava mais riquezas, tinha mais gente. A separação de Tomazina era questão de tempo.

Anos antes da viajem da comissão encabeçada pela Sociedade dos Amigos de Barra Bonita à Curitiba para pleitear junto ao interventor Manoel Ribas a elevação de Barra Bonita à categoria de município, já se organizava um movimento no povoado com a finalidade de conseguir sua emancipação política. Barra Bonita consolidava a sua economia de maneira forte com a cultura do café, lavouras brancas, a extração de madeira e um comércio muito forte e movimentado na região.

Tomazina se aproveitava do progresso de Barra Bonita, pois via crescer a sua arrecadação municipal, face ao grande desenvolvimento do seu mais jovem distrito. A administração municipal aplicava muito pouco dos recursos arrecadados em Barra Bonita em melhorias para sua gente e somente com a autonomia administrativa, o jovem distrito poderia crescer de verdade e aos poucos esse sentimento de emancipação foi tomando conta da população.

A emancipação, enfim foi conquistada no ano de 1947. Pela Lei Estadual número 02, foi criado o município de Ibaiti. O ato do governador Moysés Lupion foi publicado no Diário Oficial nº 205 de 1º de novembro de 1947. Ibaiti foi elevado à categoria de município juntamente com Abatiá, Arapongas, Cambé, Campo Mourão, Curiúva, Guaratuba, Ibiporã, Ribeirão do Pinhal e Quatiguá.

A instalação solene se deu em 9 de novembro do mesmo ano, sendo empossado como prefeito provisório, Ataíde Loyola e em 8 de dezembro, foram realizadas as primeiras eleições municipais sendo então eleito Júlio Farah como o primeiro prefeito constitucional. A primeira Câmara de Vereadores foi constituída por Aníbal Ramos, João Alfredo Costa, José de Moura Bueno, Humberto Moacyr Sachenna, Leôncio de Almeida e Silva, Napoleão da Silva Reis, Ricardo Gonçalves Bacco, Sebastião Goulart de Oliveira e Waldomiro Ferreira de Quadros.

Em 1947, quando foi elevado à categoria de município, Ibaiti contava com uma população estimada em 8 mil habitantes, sendo que 1500 pessoas residiam na área urbana. Pertenciam ao município, os povoados de Euzébio de Oliveira, Artur Bernardes, Campinho, Nova Vola, Amora Preta, Patrimônio do Café, Carvãozinho, Figueira Brava e Concórdia.

O município tinha três estações ferroviárias: Ibaiti, Arthur Bernardes e Euzébio de Oliveira. Havia uma estrada municipal fazendo ligação com Wenceslau Braz e Siqueira Campos através de Japira, Jaboti e Tomazina. Também possuía estradas particulares ligando com Campinho, Artur Bernardes, Amora Preta, Carvãozinho e Caratuva.

A nova cidade já possuía um grupo escolar e cinco escolas isoladas. Tinha uma sub-delegacia de polícia, juizado de paz, tabelionato e cartório de registro civil. O telégrafo funcionava na estação ferroviária. Haviam casas correspondentes do Banco do Brasil, Banco do Estado do Paraná e Banco Comercial do Paraná.

A cidade tinha três hospedarias em funcionamento. Hotel do Comércio, Hotel Araújo e Hotel Alexandre.

O Cine Cruzeiro e os clubes Comercial e Ferroviário Esporte Clube eram os responsáveis pelo lazer e diversão na cidade.

No primeiro ano de emancipação, o jovem município tinha cerca de um milhão de pés de café plantados, além de arroz, algodão, fumo, feijão, milho, batata e amendoim. Na área rural também haviam suinocultura e criação de gado bovinos e lanígeros.

No comércio e indústria, haviam três serrarias, uma fábrica de caixas, três máquinas de beneficiar café, duas de arroz, cinco fábricas de cachaça, quatro sapatarias, duas selarias, uma oficina mecânica, seis alfaiatarias, duas padarias, três salões de barbeiros, três bares, dois salões de bilhar e 47 lojas, sendo comércios de tecidos, secos e molhados, ferragens e outros.

Na comunicação, a cidade já possuía o serviço público de alto-falante. Haviam 56 aparelhos de rádio espalhados entre residências e casas de comércio. O município explorava o carvão através da Mineração de Carvão do Ribeirão do Carvãozinho, Minas São José S.A. e Carbonífera Barra Bonita. A cidade contava com um médico, três farmacêuticos e três dentistas.

Em 1946, um ano antes da emancipação, Ibaiti arrecadou quinhentos e noventa mil e duzentos e vinte e seis cruzeiros e sessenta centavos (Cr$ 590.226,60), através da Exatoria Estadual e cento e dezenove mil e setecentos e trinta e nove cruzeiros e sessenta centavos (Cr$ 119.739,60), pelo Posto Fiscal da Prefeitura.

A cidade já contava com calçamento de meio-fio e passeio nos trechos mais importantes das principais ruas, além de contar com iluminação e energia elétrica da Companhia Sul Paulista instalada no município desde o ano de 1937.  

CONTINUA...

 

O Livro IBAITI - UMA HISTÓRIA de GILSON SARRAFHO é uma publicação do Clube de Autores e pode ser adquirido no site clicando AQUI

Ibaiti - Contando a História
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Neste blog, o autor irá publicar fatos que marcaram a história do município de Ibaiti. Os textos são do livro IBAITI - UMA HISTÓRIA.
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