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Em 1979, Ilicilho Sarrafo e o jogador de futebol Zulú da equipe do Barra Bonita FC, se juntaram para formar a equipe feminina do Ibaiti. FC.

Formado por moças entre 15 e 20 anos, o time no início, também por não haver adversárias na região, realizava seus jogos com equipes infantis de meninos no Estádio Jorge Banuth nas preliminares do Campeonato Municipal da Liga. Os embates sempre foram as grandes atrações nos domingos no estádio. Elizabete Sarrafo, com 15 anos de idade jogava no gol, tendo na equipe Vânia Teodoro, Leila, Ivete Sarrafo, Vilma Longo, Gracinha e outras amigas.

Em 1980, a equipe feminina recebeu o time de Pinhalão, que havia criado uma equipe de moças, para um amistoso com jogos de ida e volta. Com vitória ibaitiense no primeiro jogo, o segundo, em Pinhalão, acabou se tornando uma verdadeira “batalha”. As meninas de Ibaiti foram insultadas e ofendidas pelos homens na arquibancada . O time se manteve até por volta de 1983, já com a direção de Gerson Bispo como treinador, mas acabou se desfazendo.       

Em 1985, a Liga Ibaitiense de Desportos conseguiu novamente fazer um grande campeonato de futebol masculino. O Novo Horizonte da cidade de Japira foi o grande campeão. Com jogadores, na maioria, residentes na cidade de Ibaiti, o time representou a LID na tradicional Taça Paraná daquele ano. O torneio era a principal competição do futebol amador do estado do Paraná.

Organizado, anualmente pela Federação Paranaense de Futebol, a competição tinha o objetivo de reunir os campeões das ligas interioranas e também da capital e do litoral do estado em uma tradição desde o ano de 1964. O campeão tinha a honra de representar o estado do Paraná em competições amadoras no Brasil e na América do Sul, como o Campeonato Brasileiro de Futebol Amador.

Com jogos todos os domingos, a equipe representante de Ibaiti ganhou todas as chaves regionais. O time foi classificado para disputar a semifinal contra o Municipal da cidade de Jacarezinho composto por ex-jogadores profissionais do Matsubara, União Bandeirantes, Agroceres e Londrina.

O vencedor da região norte faria a grande final com o representante da capital. No primeiro jogo, realizado no Estádio Jorge Banuth, com lotação máxima, a equipe ibaitiense saiu na frente com um lindo gol de José Renato, o “Sagui”, que pegou a bola próxima a linha lateral e chutou forte cruzado sem chances de defesa para o goleiro Claudinho da equipe jacarezinhense. O Municipal empatou na segunda etapa e o primeiro jogo terminou em 1x1.

No jogo de volta, na cidade de Jacarezinho, e equipe ibaitiense perdeu por 3x0. A final foi entre Esportiva de Jacarezinho e Triste de Curitiba. O time da capital, com jogadores profissionais, conquistou seu sétimo título de Campeão da Taça Paraná naquele ano.

Em 1989, através de uma ação de empresários, o tradicional Ibaiti Futebol Clube voltou a participar de um campeonato de futebol profissional, a Segunda Divisão Paranaense. Desta vez, ao contrário da década de 1960, quando equipes semi amadoras ganhavam o direito de disputar o torneio ao lado de equipes com estruturas totalmente profissionais, o campeonato de 1989 foi organizado com o mesmo padrão da competição principal, que reunia equipes da capital como Athletico, Coritiba e Paraná Clube. O campeão da Segunda Divisão, ganharia o aceso para Primeira Divisão.

Na primeira fase o time formado pelos atletas, Girlei, Pery, Luizinho, Luiz Cesar, Deise, Edson Candido, Roberto, Junior, Waldec, Moacir Poly Junior, Polaco, Luciano, Leodil, Dinho e Adriano Furquim realizam amistosos com vários times da região.

Com esta formação, a equipe ibaitiense também iniciou o Campeonato Paranaense da Segunda Divisão. Com o decorrer do campeonato, a equipe contratou reforços.

Para a segunda fase entrou os atletas, João Ângelo e Claudião (goleiros), Roberto e Luizinho (laterais direitos), Luiz Cesar e Clodoaldo (zagueiros), Júnior e Nilton (volantes), Waldec e Francês (meias direitas), Nei Santos e Marco Antônio (meias esquerdas), Luciano e Gugu (centroavantes), Polaco e Jorge Luiz (pontas direitas), Leodil e Raio X (pontas esquerdas), Ednelson e Marcelo, com Marino Nascimento como técnico.

Os atletas foram contratados após serem liberados de várias equipes profissionais. Do extinto Colorado Esporte Clube vieram, o goleiro João Ângelo, Clodoaldo, o lateral esquerdo Ednelson, Nilton, o meia esquerda Nei Santos, o ponta direita Polaco e Gugu.

Do Clube Athletico Paranaense vieram, o lateral direito Roberto, o zagueiro Luiz Cesar, Marcelo, Jorge Luiz, o volante Júnior, o meia direita Waldec e o centroavante Luciano. De outros clubes vieram, o goleiro Claudião da Platinense, Francês da Portuguesa Santista, Marco Antônio do Coritiba, o ponta esquerda Raio X da Portuguesa de Despostos e o técnico Marino da Platinense. O restante do time foi composto por jogadores da cidade de Ibaiti.

A equipe ainda contava com Mulinha como auxiliar técnico, Nivaldo Cerialle e Wardinho como presidente.

O time tinha como patrocinadores, Viação Jóia, Casa Rezende, Casa Santa Terezinha, Panificadora Q-Pão e os empresários Varzi Silva e Flávio Farjala.

Na primeira fase, o time enfrentou a equipe do Mixto Bordô da cidade de Telêmaco Borba, Guarani de Arapoti e Cambé. Na segunda fase jogou contra as equipes do Vasquinho de Curitiba, Goioerê e Arapongas. A terceira fase foi contra os times de Medianeira e Laranjeiras do Sul.

Naquele ano, classificaram-se para jogarem as semi finais, Ibaiti Futebol Clube contra Arapongas e Maringá Atlético Clube contra Chopinzinho. Fizeram a grande final os dois ganhadores, Maringá Atlético Clube e Arapongas. Maringá foi o grande campeão.

Não houve disputa de terceiro lugar. Com a melhor campanha durante todo o campeonato, o Ibaiti Futebol Clube ficou com a terceira colocação.

Em todos os jogos realizados pelo time ibaitiense, o Estádio Jorge Banuth registrava lotação máxima de público. Com uma grande torcida que também viajava com o time em ônibus fretado, todos jogos foram transmitidos pela Rádio Novo Horizonte.

Com falta de recursos e desentendimento na diretoria, o time ficou sem competir no ano seguinte, apesar do convite da Federação Paranaense de Futebol. Dos atletas contratados das equipes profissionais da Capital do Estado, alguns retornaram para seus clubes, outros seguiram carreiras em outras equipes.

O primeiro título paranaense do Paraná Clube em 1991, contou com a participação de dois ex-atletas do Ibaiti FC.

Ney Santos e Ednelson fizeram parte daquela equipe ao lado de Celso Cajuru, Balu, Castro, Gralak, João Antônio, Marquinhos Ferreira, Adoílson e Serginho, Servilho, Carlinhos e Saulo.

O ex-ibaitiense Ednelson marcou o gol que deu o título de Campeão Paranaense ao tricolor sobre o Coritiba. Foi o primeiro da história do Paraná Clube. O jogo foi no Estádio Couto Pereira.

Ednelson também fez parte da equipe do Paraná Clube campeã do Campeonato Brasileiro da Série B do ano de 1992. O título foi contra o Vitória no Estádio da Fonte Nova em Salvador para um público de 60 mil torcedores. Com 22 anos na época, o ex-ibaitiense é lembrado como herói pela torcida paranista. 

O futebol realmente é uma paixão nacional. Foi e continua sendo o esporte mais popular do nosso país e que fez o Brasil ser conhecido mundo afora. É difícil encontrar um brasileiro que não tenha um time do coração e que não entenda pelo menos um pouquinho sobre o esporte.

No passado, o futebol no Norte Pioneiro, enchia os estádios, garantia emoções, sorrisos, choros, empurrões e abraços. Hoje restam campos abandonados e arquibancadas vazias.

(muitos campos de futebol na região atualmente servem para arenas de rodeios).

Final